Leiji Matsumoto envolvido em nova polêmica!!!
A notícia já é um tanto velha, acho que foi divulgada há umas três semanas, mas talvez muitos ainda não estão sabendo. Depois de disputar judicialmente a “paternidade” da série Yamato com o produtor Yoshinobu Nishizaki, e de ter perdido a causa, Leiji Matsumoto, 68 anos, aparece envolvido em mais uma questão polêmica – agora de plágio! Autor de obras renomadas como Ginga Tetsudo 999 e Captain Herlock, Matsumoto havia sido proibido, há alguns anos, de utilizar a marca Uchû Senkan Yamato, que passou a ser propriedade de Nishizaki. Agora, a briga é com o cantor e compositor Noriyuki Makihara, 37 anos, por causa da música “Yakusoku no Basho” (Lugar Prometido), escrita pelo compositor pra a dupla Chemistry. Matsumoto acusa Makihara de plágio, dizendo que um trecho da música é parecido com uma fala do personagem Tetsuro, publicada no vol.21 do manga Ginga Tetsudo 999. Comparem as semelhanças:
Yakusoku no Basho
“Yume wa Jikan o Uragiranai, Jikan mo Yume o Kesshite Uragiranai” (O sonho não trai o tempo, O tempo também jamais trai o sonho).
Ginga Tetsudo 999
“Jikan wa Yume o Uragiranai, Yume mo Jikan o Uragitte wa naranai” (O tempo não trai o sonho, O sonho também não trairá o tempo).
Matsumoto ficou sabendo do ocorrido, depois de ver o comercial do novo single da dupla Chemistry, e resolveu ligar pessoalmente para Makihara afim de pedir explicações. Na primeira ligação, Makihara se mostrou surpreso e disse não saber do ocorrido. Na segunda, Makihara alegou jamais ter lido a obra Ginga Tetsudo 999 e disse que a frase veio de suas lembranças, mas não sabe ao certo de onde teria ouvido. Em seu próprio site, Makihara alega jamais ter plagiado. Já Matsumoto, diz que para ele bastaria um pedido de desculpa formal e estaria tudo resolvido. Matsumoto chegou a receber a visita de representantes da Sony Music, trazendo um pedido de desculpa, mas ele gostaria que o próprio Makihara tivesse comparecido. O compositor considera que não deve nada a Matsumoto.
Bom, agora vai a minha opinião: não é preciso ser especialista pra deduzir que tenha sido plágio. A única diferença nas frases foram a ordem das palavras sonho e tempo. Não sei que rumo tomou essa briga, mas acho que não entrou na questão judicial. Mas parece que existe mais coisa no meio: o título “Yakusoku no Basho” lembra um trecho da música tema do filme Ginga Tetsudo 999 Eternal Fantasy, de 98. O trecho da música Brave Love diz o seguinte: “Yakusoku sareta Basho ga Kokoro no Utopia, Mirai wa Kesshite Kimi o Uragiranai” (O Lugar Prometido é a Utopia do Coração, O Futuro Jamais o Trairá).
Quem quiser ouvir um trecho da música Yakusoku no Basho, basta visitar o site da Sony Music.
3 Comments:
A inspiração parece óbvia mesmo. Mas eu prefiro evitar qualquer julgamento pelo seguinte: pode ter sido um plágio inconsciente, algo que o autor pegou da memória, sem saber ao certo onde ou como tinha ouvido. Tanto que a frase está levemente alterada. Também temos que pensar na forma como o Matsumoto abordou o compositor. Se ele chegou todo arrogante exigindo desculpas ou dinheiro, o clima deve ter pesado. Enfim, uma pena que um grande autor como Leiji Matsumoto perca seu tempo com algo assim.
A gente nao pode esquecer que o Matsumoto é super amargurado pelos eventos relativos a serie Yamato. Certo que ele ja'pegou o projeto em pre-produçao, mas no final das contas mudou tanto que eu diria que ele é o criador do Yamato que conhecemos.
Eu sei que o Michel nao gosta muito destas questoes. Mas as leis japonesas nao defendem como deveriam o direito de imagem dos atores japoneses e os direitos autorais dos criadores. Basta pensar que um ator americano (ou brasileiro) que fez uma serie de sucesso ganhara' dinheiro pela vida inteira toda vez que a serie for reprisada, vendida para o exterior, etc; se de um personagem fazem uma action figure o ator fara' fortuna. Infelizmente no Japao isso nao ocorre (ao menos segundo andei lendo em revistas especializadas; me digam se estiver errado).
Plágio é um assunto delicado numa época em que a maioria das obras, seja de qual mídia for, tem uma influência de tudo. Hoje tudo é uma grande salada, e qualquer coisa pode se confundir com plágio. É claro que existem algumas situações aonde o plágio é descarado, mas nem sempre é assim.
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