quarta-feira, abril 11, 2007

Alguns comentários sobre Jûken Sentai Gekiranger!!!

Ultimamente tenho visto, no fórum Tokubrasil, várias críticas ao desenvolvimento do Sentai deste ano, Jûken Sentai Gekiranger. Muitos apontam defeitos aqui e ali, principalmente no roteiro. Alguns não gostam da interpretação do Jan (Gekired), um tanto espalhafatosa. Outros detestam a “mosca-narradora” Bae, considerando-a irritante. Fala-se muito na lentidão das cenas de luta, e principalmente os poucos elementos de arte-marcial chinesa. Sem contar o mais importante, Gekiranger ainda não tem uma história envolvente, amarrada. Bom, não vou entrar na questão dos fãs terem ou não razão em reclamar. Vou me ater apenas às entrevistas que costumo ler.
Se eu fosse apontar um culpado, ou melhor, culpada, essa seria a roteirista principal de Gekiranger, Michiko Yokote. Michiko tem longa bagagem como roteirista, tendo estreado em 1989, na série Patlabor. Entretanto, ela tem pouquissíma experiência em tokusatsu, tendo participado apenas de Moero! Robocon (1999), Dekaranger (2004) e Magiranger (2005). Este ano é a estréia dela como roteirista principal, e talvez isso se reflita no desenvolvimento “morno” da série até o momento. Li a entrevista da última Toei Heroine Max, e percebi uma certa insegurança nas palavras dela. Michiko diz que uma das grandes dificuldades de se trabalhar com Sentai, é que ele não tem o chamado “gensaku” (obra original), e por isso ela, com roteirista principal, precisa criar tudo do zero. Isso é diferente de escrever roteiros de séries baseadas em manga, no qual a história já está pronta. Michiko disse que em Deka e Magi, quando ela não era a principal, tudo era mais fácil. Se cometesse algum erro, o produtor Tsukada (Hideaki) ou algum diretor vinha e corrigia. Só que agora a situação é outra. Disse que, com a futura entrada de outros roteiristas, vai diminuir a responsabilidade dela. Uma outra característica é que ela diz preferir não se encontrar com os atores, ao compor os personagens. Ela acha que pode não conseguir escrever, caso mantenha proximidade com os artistas, talvez para não sobrepor o lado verdadeiro dos atores sobre os personagens. Já a sua amiga Yasuko Kobayashi (roteirista de Kamen Rider DEN-O), diz o contrário, que é bom se encontrar com os artistas. No audition para Gekiranger, ela ficou apenas 30 minutos e foi embora, sem ver o desfecho. Até hoje ela só almoçou uma vez com o trio de Gekiranger.
Bom, mas se serve de consolo, a partir do episódio 7 começou um rodízio de roteiristas, promovido pelo produtor Hideaki Tsukada. Os episódios 7 e 8 são assinados pelo experiente Naruhisa Arakawa. O 9 marca a estréia da novata Genki Yoshimura. Tsukada disse que nas obras em que ele é o produtor chefe, gosta de trabalhar com pelo menos um roteirista novato. Em Dekaranger, foi a própria Michiko Yokote. Em Magiranger, foi a vez de Akatsuki Yamatoya. A partir do episódio 12, entrará o veterano Shô Aikawa, e será a primeira vez que ele trabalhará com Tsukada. Quem sabe assim não aparece umas histórias legais? Prefiro sempre ver o lado bom das coisas, mesmo que sejam poucas.E como última novidade, já está em andamento o filme de Gekiranger. Pode parecer cedo, mas é que neste ano, os filmes de Sentai e Kamen Rider estrearão mais rápido. Talvez em julho.

2 Comments:

At quinta-feira, abril 12, 2007 10:46:00 PM, Anonymous Anônimo said...

Gostei bastante dessa suas considerações a respeito de Gekiranger.

Tenho muito interesse por essa parte de roteiros (seja em séries japonesas ou americanas), e é muito bom ver esse aspecto abordado.

Acho que essa dificuldade da roteirista é compreensível. O roteirista principal precisa definir os "alicerces" da série: ambientação, caracterização e interação dos personagens, histórias de fundo, etc...

Já o trabalho como roteirista secundário é mais fácil, pois você já pega essa base montada. Vamos ver, quem sabe a série evolui (ainda não comecei a ver Gekiranger).

Só uma dúvida e uma curiosidade, Michel: Michiko Yokote é uma mulher?
Pergunto isso porque vi a informação na Wikipedia Japonesa que Michiko Yokote seria na verdade um pseudônimo usado por três escritores(as?) diferentes. Claro que não dá para confiar em 100% nas informações da Wikipedia (e menos ainda nesses tradutores automáticos.

Agora, a curiosidade. Não sei se você percebeu, mas existe um certo padrão nos últimos anos com relação a escritores de sentais.

Explico: em 2002 tivemos a estréia do Jun Maekawa como roteirista secundário em Hurricanger. Três anos depois ele foi o escritor principal em Magiranger.

Em 2003 tivemos a estréia do Shô Aikawa como roteirista secundário em Abaranger. Três anos depois ele foi o escritor principal em Boukenger.

Em 2004 tivemos a estréia da Michiko Yokote como roteirista secundária em Dekaranger. Três anos depois ela está sendo a escritora principal em Gekiranger.

Até acredito que seja coincidência, mas acho interessante... se o padrão for seguido, o Akatsuki Yamatoya será o roteirista principal em 2008..

 
At sexta-feira, abril 13, 2007 10:48:00 PM, Blogger Michel said...

Cerdeira, eu também gosto muito da parte de roteiros e dos bastidores das séries em geral. Esse é o tipo de informação que a maioria das pessoas não tem conhecimento, ora por não ter o material adequado, ora por não dominarem a língua japonesa. Inicialmente, pensei fazer esse post no Tokubrasil, no tópico de Gekiranger, mas desisti, pois sei que ninguém ia dar muita bola, e o post ficaria oculto entre vários floods. A maioria do pessoal lá não tem cabeça pra esse tipo de assunto e só querem saber de novo integrante, novo robô etc.
Michiko Yokote é mulher mesmo. Se fosse três pessoas, toda a entrevista da Toei Heroine Max teria sido uma farsa. Inclusive perguntaram a ela sobre o fato do Sentai e Kamen Rider deste ano terem mulheres como roteiristas principais. Ela disse que a pressão é muito grande. Eu nunca vi foto dela, mas alguma revista de anime já debe ter publicado. Essa informação da Wikipedia Japonesa é um boato que circulou na Internet e dizem que se originou do próprio diário dela.
Não cheguei a perceber esse padrão de três anos para um roteirista virar o principal. Talvez seja coincidência, ou então, um período de três anos para a pessoa ganhar experiência.

 

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