domingo, setembro 07, 2008

Dai Kessen! Chô Ultra 8 Kyôdai: Entrevista com Takeshi Yoshioka!

Aqui está a entrevista com o ator Takeshi Yoshioka, intérprete do Gamu Takayama (Ultraman Gaia), publicada na revista Figure-Oh No.127. Resolvi aceitar o desafio de traduzir mais uma entrevista, apesar de ser um trabalho muito complicado (e chato, pra dizer a verdade).

“Neste filme eu senti pela primeira vez que era membro dos Ultra Kyôdai.”

Primeiro, você pode nos contar o andamento até a decisão de sua participação?
Yoshioka: De repente, eu tinha recebido uma ligação do diretor Yagi, que disse o seguinte, “Gamu, estou pensando em fazer um filme”. Este foi o meu primeiro contato. Logo em seguida, recebi uma ligação do Tsuruno (Takeshi), que disse o seguinte, “Eu sou Takeshi e você também é, né? Na verdade, eu vou participar do filme de agora, e você, vai aparecer também?” Sei lá, mas não entendi muito bem o que ele quis dizer (Risos). E disse mais, “Por falar nisso, o diretor também é Takeshi.” Cada vez mais eu passei a não entender. No começo eu fiquei com uma certa incerteza, mas os dois vindo com essa história de filme, passei acreditar que era verdade. Quando eu e o Tsuruno recebemos o convite de participação, no início eu pensei que se tratava de um filme dos Heisei Ultraman. Depois, eu fiquei surpreso ao ouvir que seriam 8 Ultras das Eras Shôwa e Heisei.

Qual foi a impressão de interpretar o Gamu, após muito tempo?
Yoshioka: Eu já fiz o Gamu em Stages (Shows de Palco), mas em filmagem, já tem uns 10 anos. É uma sensação do tipo, “Eu regressei”.

O Gamu de agora, assim como os outros heróis, foram definidos de forma especial.
Yoshioka: Estritamente falando, não é o Gamu que eu interpretei há 10 anos. Por isso, conversei com o diretor Takeshi, a respeito de como construir o personagem. Fazer como na época ou fazer uma nova interpretação? Como resultado, passei a construir o personagem através do seguinte direcionamento: “Como seria se o antigo Gamu estivesse vivendo como um jovem comum, depois que a Terra ficou em paz?” Acho bom que o personagem amadureça. Mas aí eu pensei, será que se eu interpretar agora, não vou acabar quebrando a imagem do personagem?

É a primeira vez que os Heisei Ultraman ficam juntos destransformados, né?
Yoshioka: Com o Tsuruno, as vezes saímos para comer juntos, mas com o Nagano, é o meu primeiro encontro. Por isso, no momento das filmagens, antes de mais nada, fui cumprimentar o “senpai” (veterano), partindo do fato que eu sou o Gamu Takayama=Gaia (kôhai=novato). Ao fazer isso, o Nagano disse o seguinte, “como costumam me chamar de [Nagano-kun], por eu também ser um “kôhai”, pode me chamar assim se quiser.” [Nota pessoal: Pra quem não entendeu, o Hiroshi Nagano dispensa um tratamento polido, e aceita ser chamado de “kun” ao invés de “san”]. Como haviam muitas cenas com nós três, senti um equilíbrio, de como se fossemos três bons irmãos... Quando fizemos uma reunião de fechamento em quatro, com o diretor, senti como se fossemos amigos de infância.
Quando filmamos na frente do Nippon Maru, várias vozes começaram a ecoar dos fãs reunidos na galeria, como por exemplo “Nagano-saan, ganbatte~” (Nagano-san, se esforce) ou “Tsuruno-saan, [Hexagon] mitemasu yo~” (Tsuruno-san, eu assisto o Hexagon). E também um “Dare da ka wakaranai kedo, ganbatte~” (Não sei quem é você, mas se esforçe) (Risos). Que droga, senti que essa tinha sido pra mim.

Agora vai ter uma transformação dupla com o Dyna.
Yoshioka: Uma das coisas que eu mais gosto em Gaia é do episódio [Tenshi Kôrin] (Ep.49), onde há a dupla transformação com o Fujimiya. Essa situação, é claro, deixou uma profunda impressão, pois a filmagem foi feita num dia de clima ruim e com ventos desfavoráveis. Como parece que o diretor Yagi queria gravar novamente uma dupla transformação, desta vez vai ser com o Dyna. Para mim, sinto que é uma homenagem ao episódio [Tenshi Kôrin].

Desta vez, é uma pena que não vai haver cenas de luta junto com o Fujimiya.
Yoshioka: É mesmo. Queria muito lutar junto com ele. Queria atuar junto num Ultra, depois de muito tempo. Por ele ser um companheiro que passou um ano de alegrias e tristezas junto comigo. Depois disso, parece que ele está flertando em muitas outras produções (Risos). [Nota pessoal: Aqui o Yoshioka utiliza a expressão “uwaki”, que significa traição, num relacionamento amoroso]. Embora tenha se passado 10 anos, realmente acho que o Gamu precisa do Fujimiya, sem ele não dá. Como eu sempre me encontro com o Hassei em momentos privados, quase não senti tensão a respeito de atuarmos juntos novamente. Acho que já incorporei naquele um ano, a respiração de interpretação dele.

Neste filme, a Akko aparecerá como namorada do Gamu.
Yoshioka: Embora tivessem aparecido muitas garotas, Gamu não tinha uma heroína. Nisso, a primeira vez que tomei consciência que a Akko era a parceira do Gamu, sem dúvida foi na cena do “Ittekimasu” (Já vou) e “Itterasshai” (Vá com Deus), no episódio [Tenshi Kôrin]. Naquela cena, pela primeira vez a Akko aterrisou como uma heroína. Desta vez há uma situação que faz lembrar essa cena.

Depois de muito tempo, você volta a trabalhar com o diretor Yagi, que também havia filmado o [Tenshi Kôrin].
Yoshioka: O diretor Yagi se refere a mim como “Gamu-chan”. Em Gaia, foi a primeira vez que ele atuou como diretor. Na época do Tiga/Dyna, como ele ainda era diretor assistente, o chamado era “Nagano-san” e “Tsuruno-san”. Essa diferença de chamado se deve ao processo de promoção do diretor Yagi (Risos). É interessante também que a maneira de direção é diferente.

O que achou de atuar junto com o Dandy 4?
Yoshioka: Já tive a oportunidade de atuar junto com o Kurobe (Susumu) e o Dan (Jirô) em outros trabalhos, mas em Ultra é a primeira vez. Embora todos sejam “senpai”, não fazem o estilo esnobe, tive uma sensação de extrema liberdade. Algo como “Freestyle”? Dentre os 4, eu senti que o Moritsugu era a ponte de ligação entre Shôwa e Heisei.
O que me deixou arrepiado foi a situação na qual lutamos junto com os Shôwa Ultraman, que chegam para salvar os Heisei Ultraman do perigo. Simplesmente por eu estar dividindo a mesma tela com os heróis que eu mesmo assistia. Pra mim, isso sim é que era um mundo paralelo. Mas naquela cena, finalmente tivemos a sensação de termos conseguido nos tornar um membro dos Ultra Kyôdai. Até aí, mesmo dizendo que nós sejamos igualmente Ultraman, como nós não viemos da Nebulosa de M78, tive a sensação de sermos estranhos no ninho. Parece que os fãs também se dividem no estilo Shôwa e Heisei. Mas neste filme, acho que esse obstáculo foi superado.

E sobre a primeira atuação junto com o Igarashi (Shunji), o Mebius?
Yoshioka: Acho que é um jovem animado, sem timidez. Não sei, mas parece que eu vejo nele, o eu de antigamente. Na verdade, falando como personagem, talvez se pareça com o Gamu. Como o Mirai vem de uma outra dimensão, isso me lembrou o filme do Gaia (1999, Ultraman Tiga•Ultraman Dyna&Ultraman Gaia Chô Jikû no Dai Kessen).

E se um dia resolverem fazer uma nova obra como este filme?
Yoshioka: Se houver um convite, com certeza vou querer participar. Ao participar desta vez, refleti novamente como o “Ultraman” é uma grande obra. Eu ficaria feliz se puderem produzir uma nova obra do Gaia. Gostaria de interpretar o Gamu sendo convocado novamente pela XIG. Quero me encontrar novamente na sala de comando, com o Watanabe (Hiroyuki), o Ukaji (Takashi) e o Hiraizumi (Sei). Mas como eles teriam que construir novamente o set de filmagem, acho que seria impossível. [Nota pessoal: Watanabe foi o comandante da XIG, Akio Ishimuro. Ukaji foi o chefe de noperações da XIG, Seiichirô Tsutsumi. Hiraizumi foi o chefe de equipe da G.U.A.R.D., Tatsumi Chiba].

Pra terminar, deixe uma mensagem.
Yoshioka: Como Gamu, voltei após 10 anos. Há cenas de luta com os 8 reunidos, e é claro, com apenas os 3 da Era Heisei também, e acho que este é o atrativo.Também tem a dupla transformação com o Dyna. Quando entrou a narração do Ishizaka (Kôji), acabei voltando a ter coração de criança. [Nota pessoal: Ishizaka foi o narrador de Ultra Q, Ultraman (Ep.1~19), e agora deste novo filme]. Ao olharmos com a perspectiva de uma criança, não existe filme cheio de conteúdo como este. É um filme que dá a sensação de ter aberto a arca do tesouro.

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2 Comments:

At segunda-feira, setembro 08, 2008 11:33:00 PM, Blogger Alexandre Nagado said...

Outra grande entrevista, Michel! Parabéns!! Esse ator evoluiu bastante, assim como o Igarashi. Realmente, faz sentido a comparação.

Achei interessante a postura dos atores sobre como abordar seus personagens, já que são versões de outra dimensão. Isso, sem dúvida, destaca mais ainda o fato de ser uma versão alternativa.

Também achei legal ele comentar que Tiga, Dyna e Gaia não são de M-78. Já fui xingado em fóruns por gente que achava que eu tinha dado informação errada ou que não entendia o que pesquisava quando eu escrevia que o Tiga não era da mesma cronologia.

 
At quarta-feira, setembro 10, 2008 3:01:00 AM, Blogger Sami Souza said...

Simplesmente demais.

Engraçado: também tive a sensação de este filme fazer a ponte entre guerreiros de origens diferentes.

Parabéns, Michel.

 

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