quarta-feira, setembro 10, 2008

Dai Kessen! Chô Ultra 8 Kyôdai: Entrevista com Hiroshi Nagano!

Aqui está a entrevista com o ator Hiroshi Nagano, intérprete do Daigo Madoka (Ultraman Tiga), publicada na revista Figure-Oh No.127. Esta será a última entrevista, antes da estréia do filme. Divirtam-se!

“A cena em que os 8 estão lado a lado, eu mesmo achei “Sugoi na” (Extraordinário).”

Primeiro, nos fale sobre o convite em participar do filme.
Nagano: Quando eu ouvi pela primeira vez, achei que a conversa era sobre o “Tiga, novamente num filme”. Se é Tiga, logo pensei no papel do Daigo, mas também não descartaria o caso de ser um personagem diferente em outra obra de Ultraman. Se fosse isso, eu seria totalmente contra. Se fosse para aparecer sem ser o Daigo, eu não ia gostar, e eu não gostaria de fazer o filme sem ser o Tiga, afinal eu sou o Daigo. Honestamente, no começo, antes de chegar e dizer que gostaria de participar, fiquei preocupado de que forma seria o filme. Depois de tantos anos em aberto, fiquei muito interessado em como seria a história e de que forma eu apareceria. “Primeiro, quero saber a história”, esta foi a minha disposição.

O Daigo de agora foi estabelecido de forma diferente da série de TV.
Nagano: Em primeiro lugar, os Ultraman da Era Shôwa e o Tiga não podem existir no mesmo universo. No episódio 49, eu contracenei com o Ultraman, mas havia sido estabelecido que o Daigo tinha se perdido em outro mundo. Assim, ao fazer aparecer 8 Ultramans, tinha que se ser num outro universo em relação ao Tiga. E é claro que o Daigo seria diferente do Daigo da série de TV. Fiquei convencido disso.

Sobre a interpretação, houve algum sentimento em especial?
Nagano: Já tinha a consciência de que não seria o Daigo, vestido com o uniforme de membro de equipe (GUTS). Por ser uma pessoa comum, de um mundo em que não existem Monstros e Ultraman, mesmo que um monstro apareça, a reação é diferente para com um mundo natural. De uma forma ou de outra, é próximo a nossa própria realidade. No instante da transformação, acho que seria tão bom se voltasse a ser o Daigo (da série). Mas, transformar-se num mundo em que o Ultraman não existe, não é um tanto irreal para uma pessoa comum? Assim, eu debati muito sobre a forma de conduzir os sentimentos ou sobre a história, até chegar aí (na parte da transformação). “Não, não dá pra se transformar. E agora?”, repentinamente, cheguei a pensar nessa possibilidade.

Ouvi falar que o Sparklens utilizado na filmegam era de sua propriedade?
Nagano: É verdade. Depois de muito tempo, resolvi tirar do armazém. O ruim é que é fácil de se quebrar, e eu não tenho dois. Houve uma vez que eu acabei deixando cair, durante a gravação da série de TV, e a filmagem teve que ser interrompida para aguardar o conserto. Se por um acaso ele acabar desaparecendo, acho que não vão poder fabricar outro. Aquela pose de transformação eu pensei no local de filmagem, junto com o diretor Muraishi, quando estava no episódio 4. A conversa foi meio assim, “Como fica a pose de transformação?”, “É melhor que seja simples.”, “E que tal assim?”, “Ah, legal, legal, tá escolhido.” (Risos).

Qual foi a impressão do local de filmagem?
Nagano: O diretor é o Takeshi Yagi, que foi diretor assistente em Tiga, o maquiador e o iluminador também são os mesmos da série de TV, e o cameraman também era a pessoa encarregada dos efeitos especiais na série de TV. Como tem bastante conhecidos, entrei sem me sentir um estranho no ninho. Durante as filmagens, fomos abençoados pelo bom tempo... Eu, sou chamado de “Hare-Otoko” (Homem Ensolarado). É que houve um dia que, mesmo com 80% de possibilidade de chuva, fez sol quando eu estava gravando, e justo na hora que eu terminei, começou a chover (Risos).

O que achou de atuar com o Tsuruno e o Yoshioka?
Nagano: Foi fácil de puxar conversa, já que as nossas idades são bem próximas. Entre outras coisas, acabei dizendo algo como “Não é melhor o Tsuruno andar pra frente?” [Dando uma indireta no Tsuruno]. Como está estabelecido que somos amigos de infância, foi difícil manter o clima nas cenas em que os três estão juntos, de forma natural.

E sobre a atuação com os atores dos outros Ultras clássicos?
Nagano: Durante a interpretação, até me esqueço que estou contracenando com eles. Mas eu só caio na real quando estou comendo com eles durante o intervalo. “Ah, o Ace tá comendo curry atrás de mim” (Risos). Eu mesmo tenho boas lembranças é do “Ultraman A”. Contei para o próprio Takamine, “Eu, adorava o Ace”. “Ah, é verdade?”, respondeu ele cheio de alegria. O Shunji Igarashi, o Mebius, parece que disse que assitia o Tiga quando criança. Aí sim eu tive a impressão “de como o tempo passou depressa”.

O que achou do reencontro com os membros da GUTS?
Nagano: A Rena, é claro, eu me encontrei com ela, mas dos outros membros, só o Akitoshi Ootaki. Como eu saio pra comer com o Ootaki, ao menos uma vez ao ano, a sensação é de “Ah, há quanto tempo!

Uma cena que te deixou uma boa impressão?
Nagano: É aquela em que eu digo “Kono sekai o boku ga mamoru!” (Eu vou proteger esse mundo!) e me transformo. Uma transformação após um longo tempo. Como na série de TV eu não costumava gritar “Tigaa!”, isso foi uma inovação. E também foi a primeira vez sem ser com o uniforme de membro (da GUTS). Numa única tentativa eu já recebi o OK (foi de primeira).

E qual o atrativo deste filme de agora?
Nagano: Sem dúvida é o instante em que os 8 Ultraman ficam lado a lado. Eu mesmo pensei enquanto caminhava, “Fantástico, 8 Ultras alinhados” (Risos). Além disso,os CG progrediram bastante em relação a época do Tiga, eu também fiquei ainda mais ansioso em ver tudo concluído. Batalhas aéreas cheio de velocidade ou técnicas especiais (hissatsuwaza) cheio de vigor, acho que todos poderão se divertir com o Ultraman de agora, que supera gerações junto com diversas invenções tecnológicas.

Qual a existência que o Tiga tem para o Nagano-san?
Nagano: Ao me encontrar com esta obra, realmente pude conhecer diversas pessoas. É uma obra que ocupa uma grande parte de mim. Agora eu estou curtindo esportes a motor, como carros e motos, mas foi a partir das pessoas que eu conheci nesta obra, que eu alarguei a minha rede de contatos. Nesse sentido, é uma obra que me traz profundas lembranças.

Na visão do Nagano-san, que tipo de homem é o Daigo?
Nagano: Eu não bebo, e parece que o Daigo também não é chegado num sake. Ele não parece ser o tipo que bebe e fica se lamentando (Risos). Ele tem a imagem de alguém bem correto. Sinto que dá pra se aconselhar com ele.

Quais são os episódios impressionantes da série de TV?
Nagano: Ainda me lembro da cena em que eu fui levado por um rio da província de Yamanashi, no inverno (Ep.22). Para que eu não afundasse, foi colocado isopor em minhas costas, e olha que a cena nem teve corte (Risos). Em termos visuais, sem dúvida os episódios do diretor Jissôji (37 e 40). Ora dá a sensação de embasamento, como se tivesse passado vaselina ou alguma coisa na lente, ou quando ele filma, deixando um grande objeto bem na frente etc. O ambiente nipônico de um Tiga, lutando dentre as pétalas de cerejeira, dá uma forte impressão de um personagem símbolo do chamado Ultraman japonês.

Na sua opinião, qual o motivo do Ultraman estar sendo idolatrado por tanto tempo?
Nagano: Quando os 8 Ultramans estão alinhados, mesmo que o primeiro Ultraman seja corcunda ou o Ace se pareça com um barril, tem certas coisas que não podem sair fora do eixo, e devem ser preservadas. Mesmo com as técnicas em CG, as partes que não se pode mudar não mudam É formidável que esse aspecto venha sendo preservado por mais de 40 anos. Se sair fora do eixo, quem estiver assistindo vai ficar se perguntando “Are-are?” (algo como, “que negócio é esse?”). Pode não ser isso, mas acho que esse é um dos motivos que carreguei até agora.

Pra terminar, deixe uma mensagem aos fãs.
Nagano: Um filme luxuoso, com a participação de 8 Ultramans, assim como a reunião dos 8 atores que interpretaram Ultramans. E todas as intérpretes das “madonas” puderam aparecer (*só não apareceu ninguém pra fazer par com o Mebius). Para os adultos, além do saudosismo, acho que vão apreciar o avanço tecnológico atual. Para as crianças que não conhecem o Tiga e estão assistindo-o pela primeira vez, ficaria muito feliz se elas achassem legal, se emocionassem e carregassem um sonho. Acho que não há tantas obras em que pais e filhos possam simpatizar-se com várias coisas. Ficarei feliz se puderem assitir, sentindo esse lado.

Ah, finalmente terminei. Dois dias tentando traduzir essa entrevista, que saco... Pessoal, desculpem pela péssima tradução/adaptação, mas desta vez não teve jeito. A entrevista em si já é meio complexa, as vezes parece que o Nagano não fala coisa com coisa. Aí, pra tentar deixar o texto coeso, tenho que mexer os meus pauzinhos, alterando aqui e ali, mas evitando prejudicar a estrutura do texto. Realmente, o melhor mesmo seria entender em japonês!

Marcadores: ,

1 Comments:

At quarta-feira, setembro 10, 2008 9:38:00 PM, Blogger Alexandre Nagado said...

Muito legal, Michel!! O legal é que o Hiroshi Nagano é alguém conectado ao papel. Já vi atores darem entrevista e ficarem com aquele ar de "ah, foi só um trabalho, nada de mais", ou ficarem lutando pra dissociar sua imagem de coisas "infantis" ou "comerciais". E o Nagano não tem nada pra provar, o cara é do V6, um grupo que está em atividade há mais de uma década. Mas ele já era do meio J-pop muito antes, como membro de uma boys band chamada J-Eleven.

Hiroshi Nagano é certamente o único astro popstar dentre os que viveram Ultras, além de bom ator. E ele é humilde e reverencia esse trabalho, como parte crucial da carreira dele. É bom ler uma entrevista de gente assim, diferente daquela entrevista da Mari Iijima.

Abraços!!
Nagado
PS: E aguardamos ansiosos por suas impressões sobre o filme.

 

Postar um comentário

<< Home