domingo, setembro 06, 2009

Kamen Rider W – Avaliação final, antes da estréia!

Bom, daqui a alguns instantes estará estreando a série Kamen Rider W (Double), a primeira da “nova geração” dos Heisei Kamen Rider. Então resolvi resolvi tecer mais alguns comentários relevantes, antecedendo a estréia.

さあ、おまえの罪を数えろ!

Hardboiled+Tantei
A escolha dos temas “Hardboiled” e “Tantei” (Detetive) partiu do próprio produtor, Hideaki Tsukada, que queria inovar no gênero, além é claro de ser fã de carteirinha de filmes e quadrinhos estrangeiros. Ambos os temas estão quase sempre interligados, apresentando um detetive que não fraqueja, durão, com forte senso de justiça, e que principalmente, crê em sua própria filosofia de vida. Durante a reunião para a elaboração do seriado, Tsukada pediu a todos que elevassem o nível de conhecimento sobre “hardboiled”, indicando até mesmos livros, sendo que a maioria, o diretor Ryuta Tasaki afirmou que não chegou a ler, pra não tornar a obra um tanto hardcore, e espantar o público! Literalmente, as idéias básicas nasceram da dupla de produtores, Hideaki Tsukada (Toei) e Atsushi Kaji (TV Asahi).
Fuuto, A Cidade do Vento
Muitos devem se perguntar, porque a história se passa em Fuuto, uma cidade fictícia, e não numa cidade real como Tokyo ou Yokohama. Há um motivo plausível pra isso. Primeiramente, o protagonista Shôtarô teve como base o detetive Philip Marlowe (1939), criação do escritor Raymond Chandler, um dos expoentes no gênero hardboiled. Marlowe era intimamente ligado à sua cidade, sendo que numa de suas histórias (The Long Goodbye), ele vivia numa cidade fictícia. Através desse mesmo princípio, Shôtarô, que foi criado desde pequeno em Fuuto, ama sua sua cidade e vai defendê-la, seja como detetive, seja como Kamen Rider. A idéia é fazer com que o público encare Fuuto como se fosse mais um personagem, já que ela não é uma cidade pronta, mas que vai se desenvolver visualmente. No projeto original, a história se passaria em “Suito”, cidade da água, e seria baseada na cidade italiana de Veneza. Mas por motivos orçamentários, isso não pode se tornar viável, pois iria requerer muito uso de efeitos especiais, além de ser difícil encontrar uma locação apropriada. Daí, o produtor Tsukada deixou nas mão do diretor Tasaki, que veio com a idéia de “Kaze no Miyako” (Cidade do Vento), que numa outra leitura seria “Fuuto”. Essa idéia teria um apelo ecológico, já que Fuuto teria sua energia derivada de enormes Cata-ventos. Inclusive, o staff teve o trabalho de ir numa universidade em busca de informações de cata-ventos, para repassá-las a equipe de arte. Até mesmo nas mochilas das crianças de Fuuto, aparece um adorno em forma de cata-vento. Mas também há referências ao primeiro Kamen Rider (1-Gô), que utilizava energia eólica para se transformar.
Volta às Origens
Muitos dizem que a série tem-se utilizado de muitos elementos dos Riders da era Shôwa, o que não deixa de ser verdade, mas na realidade, não se trata de volta às origens, como deixou claro o roteirista Riku Sanjô, “apenas estamos herdando o espírito do que havia de melhor nos Shôwa Rider”. E diz mais, “São poucas as obras que obtiveram sucesso no meio televisivo, com essa volta às origens. Se formos além da conta, pode se tornar algo velho demais”. Dois elementos que podem ser destacados são a volta do cachecol (muffler) e de uma organização secreta (Museum). Na verdade, não se trata bem de um cachecol, mas algo similar, com intenção de representar o vento. No caso da Museum, comandada pela família Sonozaki, que “controla” a cidade de Fuuto, há uma certa referência ao primeiro Kamen Rider. Os monstros Dopants são pessoas comuns que se utilizam do Gaia Memory para se transformarem, da mesma forma que o Kamen Rider W. Daí, pode-se dizer que a origem de ambos (Dopant e W) é a mesma, assim como o 1-Gô havia sido criado pela Shocker. As histórias de “W” serão divididas em dois episódios, pra cada caso de investigação, formato este já utilizado em outras produções como KUUGA, DEN-O, KIVA e DECADE.
Personagens
Shôtarô Hidari: Shôtarô é um detetive que se auto-denomina “hard-boiled”, mas na verdade ele não chega a isso, é o que se pode chamar de “half-boiled”. Além de adotar um estilo de se vestir dos anos 70, ele adora dizer monólogos de frases de filmes e romances de detetive. Na verdade, o verdadeiro hard-boiled era o pai da Narumi, Sôkichi Narumi, o “Oyassan”, pelo qual o Shôtarô sentia forte admiração. Mas o seu senso de justiça é a única coisa verdadeira!
Philip: Bom, o nome vocês já devem imaginar da onde vem. Philip tem uma espécie de biblioteca em seu cérebro, chamado de “Hoshi no Hondana” (Estante de Livros da Terra), que funciona como se fosse um site de busca, daí o motivo do produtor Tsukada ter apelidado de “Ningen Google” (Google Humano), tamanha a sua rapidez para pesquisar informações. Entretanto, se ele desviar sua atenção, por qualquer motivo que seja, Philip acaba pesquisando outra coisa... De origem desconhecida, ele é referido como “Tensai Mashônen” (Garoto Mágico Inteligente). A fonte de inspiração é da dupla de comediantes Knights.
Akiko Narumi: Heroína da história, Akiko vem de Osaka pra visitar o escritório de detetive de seu pai, e acaba se envolvendo na trama. Com o paradeiro desconhecido de seu pai, ela é quem acaba herdando o escritório Narumi. O seu bordão na série é “Watashi, kiitenai!” (Eu, não estou sabendo!), mostrando-se sempre perdida no meio dos casos de crimes, cometidos pelos Dopants. Ela detesta em ser a última a saber das coisas! Seu papel é o de aplicar os “tsukkomi” (crítica), tanto no Philip, mas principalmente no Shôtarô, e essa vai ser a tônica de “W”, através de um humor sarcástico. Seu escritório foi baseado na série Tantei Monogatari (1979), protagonizado pelo falecido ator Yûsaku Matsuda.