quinta-feira, agosto 20, 2009

Entrevista com Masahiro Inoue (Tsukasa Kadoya/Decade)

Neste filme, Tsukasa, mesmo sendo traído, mesmo sendo repudiado, levanta-se e descobre algo importante para o homem.

O Tsukasa já viajou por diversos mundos na série de TV, mas quando eu ouvi que ele iria para o seu próprio mundo no filme, eu pensei, “até que enfim”. Se pensarmos que um dos mistérios até agora era se ele tinha pais, família e amigos, na verdade ele foi para um mundo absurdo...fora das expectativas. Eu já tinha a premonição de que a identidade verdadeira do Tsukasa era do lado mal, mas dizer que ele liderava um exército de chefes (kanbu) e monstros (kaijin) como o Grande Líder (Dai Shuryô) da Dai Shocker, superou minhas expectativas, uma escala inacreditável (Risos). Por isso fiquei preocupado se conseguiria interpretá-lo, mas o local de filmagem era muito divertido (Risos). O trono do Grande Líder ficava num lugar alto do set, e ao sentar-se nele, dava uma sensação boa olhar de cima pra baixo os monstros.
E na série de TV, a cada troca de mundo, me aconselho com o maquiador e o figurinista, e sempre mudo o penteado e as vestimentas. Talvez o normal seria eu perguntar “Porque tem que mudar? Porque tenho que ficar desse jeito?”, mas como já está definido em DECADE que se o mundo mudar, Tsukasa também muda, quero me aproveitar ao máximo disso, me divertindo livremente. Mas às vezes eu me pergunto, “Isso tá ok, mesmo?” (Risos).
Como agora se trata de um filme, deixei a imagem acima do que havia sido pensado até o momento. Em especial, a vestimenta (jaqueta com a marca da Dai Shocker) ficou fantástica, na qual adotaram as minhas sugestões, como design, tipo de tecido da calça e a altura da marca DCD, mas também teve as idéias e o apoio do staff. Quero expressar uma agressividade acima do normal, vestindo-a sem nada por baixo, expondo o colar na mudança de câmera, algo construído ao longo do tempo. A maquilagem também não fica inferior a vestimenta, deixei o penteado combinando com a maquilagem escura dos olhos, mas sem deixar a vestimenta ofuscar a maquilagem... Buscando sempre uma melhora, acho que consegui extrair ao máximo o personagem Tsukasa.
Pelo lado da interpretação, Tsukasa recobra a memória perdida de seu próprio mundo e reencontra seu elo familiar, mas ao mesmo tempo perde muitas coisas, é a primeira vez que eu tive uma experiência assim. Especialmente quando ele é traído pela irmã e pela organização, na parte que ele fica deprimido eu senti uma certa infantilidade e humanismo dentro do Tsukasa.
Durante as filmagens, eu dialoguei muito com o diretor Kaneda, e a cena que mais entrou emoção foi aquela debaixo da chuva, quando o Tsukasa, após perder tudo, acaba sendo repudiado pela Natsumi. Apesar da maneira leve de falar do diretor Kaneda, senti uma enorme pressão quando ele disse, “Tudo está em jogo nesta cena aqui” (Risos).
Assim, Tsukasa perde muitas coisas, que trazem dolorosas lembranças, mas para poder ligar com a próxima cena, a parte boa é fazê-lo tentando recuperar tudo desesperadamente. E uma vez perdido tudo, o que o Tsukasa descobre em seguida é a amizade e o amor, algo que ele percebe que é muito imortante para o homem. Espero ter conseguido transmitir bem essa parte.
Yusuke e Natsumi, assim como o rival Daiki, cada um deles tem presença necessária no filme, e não apenas como Tsukasa, eu mesmo pude sentir novamente a importância dos companheiros.
Por falar em companheiro, o Eijirô também é um deles, mas ele acaba virando o Shinigami Hakase. Devido ao vigor que ele tinha junto com o Oosugi, pensei que ia ficar encolhido no meio deles, mas quando interpreto, deixo o Tsukasa baixar dentro de mim, conseguindo bater de frente sem a pressão diante do Ishibashi e do Oosugi. E senti novamente toda indelicadeza do Tsukasa (Risos).
E a relação com a Sayo também é um ponto importante. Como eu não tenho irmã mais nova, tratei a Arai como se fosse a minha irmã de verdade, e lembrando que na série de TV (Mundo do Kabuto), havia a descrição de que eu teria uma irmã mais nova, não me esquecendo disso na interpretação do filme.
E na atuação com o GACKT, que vinha desde o PV da canção tema, tive a experiência de sentir a espantosa força de influência de uma pessoa – uma força de atração que só os bons atores tem. Como uma pessoa que realiza diversas atividades, ser ator não é seu trabalho principal, e isso serviu de grande lição pra mim como intérprete.
Assim como na série de TV, Tsukasa passa a encontrar diversos Riders, eu mesmo passo a atuar com muitos convidados, aprendendo diversas coisas... Pra mim, acho que é uma obra em que eu consegui realizar uma ótima viagem. Como obra comemorativa do 10º aniversário dos Heisei Riders, o filme é algo de especial, pude sentir novamente a profundidade do legado que continua desde o Rider 1-Gô, e ao mesmo tempo senti a pressão como protagonista de um trabalho monumental assim. Tem momentos que eu me pergunto se tinha sido o cara adequado, não sei se eu me acostumo com isso. Mas tornar-se o protagonista, acho que é assim mesmo.
E mais uma coisa, acho que os protagonistas dos Riders passados com certeza já chegaram a sentir ciúmes da obra seguinte. Na verdade, eu mesmo tenho inveja do “W”. Mas como protagonista de DECADE, o que eu devo fazer no final é passar o bastão de forma convincente ao “W”. Acho que Kamen Rider vem se tornando uma obra cada vez melhor, graças à passagem de bastão e ao ânimo elevado dos Riders até o momento. Por isso mesmo, também quero elevar muito o ânimo de DECADE neste filme, passando isso ao “W”, e ao mesmo tempo compartilhando a pressão. Quero que os protagonistas de “W”, Kiriyama e Suda, superem a pressão e consigam produzir um bom trabalho, é isso que eu desejo.
E pela última frase do Tsukasa, “Sekai wa mugen ni hirogatteiru” (O mundo está crescendo infinitamente), parece que ainda vai continuar a viagem, acho que enquanto houver mundos, a viagem é algo interminável. Acho que isso é igual para todos. O “mundo” a que me refiro não é o sentido exato da palavra, mas às várias experiencias como esportes, estudo e trabalho, nos quais qualquer um pode e deve viajar como o Tsukasa.
Agora, resta pouco da viagem do Tsukasa, do que pode ser mostrado na TV, mas desejo que ninguém perca. E como a viagem de Masahiro Inoue acabou de começar, observem com muita atenção.

*Entrevista publicada no panfleto oficial do filme.

2 Comments:

At sexta-feira, agosto 21, 2009 7:59:00 AM, Blogger Spider-Phoenix said...

Gostei muito das palavras do Masahiro!realmente
inspiradoras!

E até onde vi do Decade, o cara interpreta muito bem mesmo.
Não entendo muito desses lances de atuação mas a dele como Tsukasa realmente me chamou a atenção.A maneira como ele passa elegância e estilo é muito boa!

Muito obrigado por ter traduzido essa entrevista para a gente, Matsuda! ^^

 
At sábado, agosto 22, 2009 4:05:00 AM, Blogger Betarelli, Ivan D. said...

Caramba, o Inoue é um cara "cabeça". Bela mentalidade e linha de raciocínio. Dos poucos capítulos que vi de Decade, eu já o admirava, mas agora ele se superou.

 

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