domingo, março 21, 2010

VHS►►►S-VHS►►►DVD►►►BD

Nesta postagem, pretendo contra um pouco da minha transição desde o VHS até chegar ao badalado Blu-ray, repleto de acontecimentos interessantes nesses quase 10 anos de Japão. Então senta que lá vem história!
Era uma vez, uma TV de 20 Polegadas...
Quando desembraquei no Japão, em 2 de agosto de 2000, como todo e qualquer fã de seriados japoneses, já tinha a intenção de começar a acompanhar alguns dos seriados em exibição, mas ainda conhecia pouca coisa. Conhecia apenas de nome séries como Mirai Sentai Timeranger, Kamen Rider Kuuga, Digimon Adventure 02 e Pokémon. O problema era de que forma acompanhar a programação da TV japonesa, sem conhecer muito a respeito. Fiquei um dia num alojamento em Gunma, até ser levado no dia seguinte para o local do emprego, em Ibaraki. Pude ver apenas um trecho de um anime infantil, mas não lembro qual era. Quando cheguei no alojamento de Ibaraki, a televisão do quarto era uma pequena, dessas de 20 polegadas, sem entrada de áudio e vídeo (sim, daquelas em que você tem que parafusar o cabo de antena). Os canais estavam todos bagunçados, justamente porque a pessoa com quem eu passei a dividir quarto, nem assistia TV japonesa (apenas a IPC TV=Globo Internacional). Tive que ficar rastreando os canais, um a um, baseado no que eu já tinha conhecimento de nome (NHK, NHK Kôiku, Nippon TV, TBS, Fuji TV, TV Asahi e TV Tokyo). Ainda desconhecia quais os canais UHF que pegavam por lá (TV Saitama e Chiba TV). Lembro-me que na semana em que eu cheguei lá, liguei para o Ricardo Cruz, e ele me perguntou se eu já estava acompanhando os tokusatsu. Respondi que nem tinha achado a TV Asahi...HeHeHe! Bom, com os canais em sua devida numeração (da região de Kantô), o problema era conciliar o horário para assistir, já que eu trabalhava de noite, das 17hs às 8h20 do dia seguinte, sem dias de folga definidos. Por causa disso, consegui ver apenas uns três ou quatro episódios de Timeranger e Kuuga. Assistia o que dava, como Transformer Car Robot, Corrector Yui, Monster Farm, entre outros.
O primeiro video-cassete...
Uma coisa que eu me arrependo, é de ter demorado para comprar um video-cassete, o que só veio a acontecer em 30 de janeiro de 2001. Não que videos fossem muito caros, pelo contrário, haviam modelos bem baratos, pois o Japão estava em transição para o DVD Player. É que até novembro de 2000, eu estava pagando as parcelas do financiamento da passagem, e não queria ter muitos gastos. O meu primeiro video foi um modelo simples, de duas cabeças, mono, da fabricante Aiwa, que era o mais barato, apenas ¥10000. A partir daí, pude acompanhar muitas séries completas, como Hyakujû Sentai Gaoranger, Kamen Rider Agito (perdi apenas o 1º episódio, exibido no dia 28), Digimon Tamers, Taiho Shichauzo, Kidô Tenshi Angelic Layer e tantos outros. Entretanto, com apenas um único video, eu só gravava para assistir, sem a intenção de arquivar. Alguma coisa eu deixei arquivado como amostra e mandei umas VHS para o meu irmão, como o último episódio de Timeranger+Especial, o 2º episódio de Kamen Rider Agito, o último episódio de Digimon Adventure 02, o 1º episódio de Digimon Tamers, sempre um episódio de cada, pra ele ficar conhecendo. Claro, tinha muitas outras coisas, Taiho Shichauzo, Shin Megami Tensei Devil Children, Muteki-oh Tri-Zenon, Inuyasha...
O segundo video-cassete...
Entretanto, percebi que essa rotina de gravar e desgravar estava ficando chato demais. Queria manter algumas séries, e para isso, decidi comprar um outro video-cassete, dessa vez, um modelo mais caro, um Super VHS, da Panasonic, que saiu por ¥27800. Vídeos de S-VHS ainda estam em alta na época. Junto, eu aproveitei pra levar um nova televisão, uma Wide-screen de 24 polegadas, da Sony, por ¥32800. Acho que era o que havia de melhor na época, sem contar que eram poucas as TVs com entrada de S-Video. A compra foi feita em 22 de junho de 2001, justamente com a intenção de gravar a série Ultraman Cosmos, que estreou em 7 de julho. Eu havia criado uma grande expectativa em relação a essa série, chegando a comprar até os brinquedos! Infelizmente eu perdi um único episódio, o de número 34, exibido no dia 23 de fevereiro, justamente porque tive que me mudar de endereço. Tinha empacotado quase toda a minha mudança, deixando apenas o video e a TV conectados, e um pouco antes do episódio começar (18hs), vieram me buscar! Estava assistindo o anime que passava antes, Groove Adventure RAVE, e tive que interromper. Além de Ultraman Cosmos, consegui gravar completo o Kamen Rider Ryuki, inclusive o especial “13 Riders”. Gravei também o Kidô Senshi Gundam Seed, perdendo apenas o episódio 38. Todas essas três séries gravadas em SP. Como VHS ocupa muito espaço, decidi arquivar tudo em EP, mas em S-VHS. Gravei as seguintes séries, Chôseishin Gransazer (Completo), Pretty Guardian Sailormoon (Completo), Kamen Rider 555 (perdi o 11, 23, 24 e 48), Kamen Rider Blade (perdi o 24), Transformers Micron Densetsu (perdi o 38) e Transformers Super Link (Completo). Preciso arranjar tempo para rever essas séries. Um dos problemas do S-VHS era encontrar as fitas, vendidas apenas em lojas grandes. O preço não era nada barato. A minha primeira fita da Victor (ST-180XGE) eu paguei ¥1140. Em 2002, eu comprei em Akihabara uma caixa com 10 unidades, da Fujifilm, por ¥5800. Só para efeito de comparação, um pacote com 20 DVD-R da Sony, eu levo por ¥1480 (no Kojima). Isso porque a Sony é a marca mais barata.
O primeiro HDD DVD Recorder...
No dia 19 de setembro de 2004, resolvi aderir a era digital, adquirindo o PSX (Sony), aquele aparelho que misturava um HDD Recorder com um PS2. Na época, o aparelho estava em alta, por ser barato e 2 em 1. Na verdade, não pensava em comprar o PSX, a vontade veio de repente. Estava eu assistindo o programa de tevevendas, Japanet Takata, de manhãzinha, quando apresentaram as qualidades do PSX. Na hora fiquei interessado e literalmente corri para Akihabara. Só consegui encontrar numa única loja (Ishimaru Denki), o modelo de 250 GB, pagando ¥59800. Como eu já tinha um PS2, destinei todo o espaço do HD para gravar programas (de fábrica, cerca de 40 GB eram para games). Posso dizer que com o PSX, minha vida mudou por completo. Foi daí que veio a intenção de acompanhar quase todas as séries do momento, utilizando também os dois videos, para gravar os programas que passassem no mesmo horário. Na época, todos os HDD Recorder só tinham apenas um único turner analógico. As séries que eu já vinha gravando em S-VHS, continuaram em vídeo. No início, eu gravava tudo em SP, mas para economizar em DVD, comecei a gravar em EP mesmo (com exceção dos tokusatsu, que em EP, ficam horríveis). O primeiro anime que eu gravei em DVD foi o Kidô Senshi Gundam Seed Destiny. É tanta coisa, que fica mais fácil eu dizer o que não gravei, de 2005 em diante...HeHeHe! De Kamen Rider Hibiki a Decade, não perdi mais nenhum episódio dos Heisei Riders. De 2006 em diante, passei a arquivar as séries Super Sentai, com Gôgô Sentai Boukenger. Não posso me esquecer também de Justiriser, Sazer X, Ryukendo, Ultraman Nexus, Ulltraman Max, Ultraman Mebius, Tomica Hero Rescue Force... A grande vantagem dos HDD Recorder é poder acumular muitos programas, mas no fim das contas, mesmo 250 GB eram insuficientes por causa do volume de coisas gravadas. Além disso, o PSX tinha um limite de número de programas gravados (não sei quantos), independente do espaço livre em disco. Uma mudança significativa era poder fazer a programação através do G-Guide (tabela de programação), bastando procurar o nome do programa (até 30 programas, em uma semana). Entretanto, para receber a tabela, era necessário deixar o aparelho desligado durante horas, pelo menos uma vez por semana. Com relação à gravação em DVD-R (RW), dependendo da qualidade da mídia, a gravação podia sair demorada, ou simplesmente falhar. Em caso de falha, o disco fica inutilizável ao se interromper uma gravação. Já perdi muitos discos assim. Pode-se dizer que o PSX era um aparelho “fresco”.
TV de Cristal Líquido, o primeiro passo para a transmissão digital...
No dia 6 de maio de 2008, como primeiro passo a adesão da transmissão digital, comprei uma nova televisão, de 32 polegadas, cristal líquido, da marca Victor. Como muitos devem saber, a transmissão analógica terminará no dia 24 de julho de 2011, e quem não se adaptar, vai ver apenas chuviscos! Como se tratava de mostruário, levei com ¥30 mil de desconto, por apenas ¥107900. Paguei também uma taxa de ¥2835 para reciclarem a minha TV Wide da Sony, e mais ¥500 para virem buscar essa TV. A qualidade da transmissão digital é fantástica, sem fantasmas e a mesma qualidade de imagem em qualquer horário. Mas também tem um ponto negativo, o sinal acaba caindo facilmente em caso de chuva forte ou neve. Pra amenizar isso, eu comprei um Booster, um aparelho que amplifica as ondas enviadas pelas emissoras, mas ele é ineficaz contra uma grande intensidade de neve. Um recurso interessante da transmissão digital é o “d rendô data”, um botão que, ao ser pressionado em determinados programas, torna a TV interativa. Você pode ver curiosidades sobre o programa, ficha de personagens, atores, resumo, ver notícias, clima, e se o aparelho estiver conectado à internet, pode-se até mesmo fazer compras online. Tem também outros recursos interessantes, como assistir dois canais ao mesmo tempo (um analógico e outro digital), ativar legendas, dessincronizar as falas e a regulagem automática da iluminação da tela.
Enfim, o que há de mais recente, um HDD Blu-ray Recorder...
Cansado da péssima qualidade da transmissão analógica, no dia 30 de março de 2009 resolvi dar um basta, adquirindo um HDD Blu-ray Recorder, da Sony. Um dia antes, já tinha escolhido o modelo, e no dia seguinte, após chegar do serviço às 20h30, corri pra loja antes que ela fechasse (às 21hs). Se eu não comprasse naquele momento, meus planos iriam por água abaixo. É que logo no início de abril, começaria os novos animes da primavera, e tinha que ser tudo gravado em digital. Havia um desconto, não me lembro de quanto, pra quem comprasse uma das cinco primeiras unidades. Levei um modelo de 320 GB, por ¥94800, mas que já está lotado, afinal eu gravo quase tudo em SR (SP). Hoje já existem modelos com até 1 TB (terabyte). Obviamente optei por um modelo que tivesse dois turners digitais, para o caso de gravar dois programas simultaneamente. Neste caso, uma das gravações sai em qualidade HD, em velocidade DR (máximo de 3 horas num Blu-ray). Apenas em DR, as legendas ficam gravadas. Com relação à programação pelo G-Guide, você pode educar o aparelho a rastrear o programa sempre pelo nome ou pelo horário/dia de exibição. Em caso de alteração do horário, por parte da emissora, o aparelho rastreia o sinal, diminuindo o risco de perder o programa ou gravá-lo pela metade. Mas nem tudo é perfeito. Quando você coloca para gravar Kamen Rider W, ele também acaba gravando a reprise de Kamen Rider Decade, já que ele se orienta pelo nome Kamen Rider. Na hora de passar para o BD-R, é possível gravar cerca de 13 episódios num disco, ou pra quem quer ser mais econômico, dá pra colocar uma série de um ano (50/52 episódios) num único disco, em ER (EP). A gravação sai rápida, mas no caso de mudança de velocidade, ela leva o tempo de duração do programa. A grande vantagem do BD-R é poder gravá-lo aos poucos, não sendo preciso enchê-lo de uma só vez. E mesmo depois de gravado, você ainda pode editar, tirando comerciais, alterar nome e Thumbnail. Cada programa só pode ser gravado em disco apenas 10 vezes. Depois da décima, o programa automaticamente se apaga. Mas em compensação, os dados do programa (ficha técnica) ficam arquivados no BD-R. O primeiro anime que eu gravei em Blu-ray foi K-ON!.
A situação atual é a seguinte, já aposentei os video-cassetes, sendo que o S-VHS quebrou em 2005, e não compensava mandá-lo para o conserto. O PSX, que já está com seus dias contado, só utilizo para gravar a TV Saitama, utilizando uma antena UHF externa. Sem ela, a imagem fica inassistível. Infelizmente, aqui em Gunma, o único canal UHF que pega é a Gunma TV mesmo, que raramente passa animes inéditos. A minha intenção é assinar futuramente a Flet’sTV, a transmissão digital via fibra ótica, que não sofre interferência das condições climáticas. A fibra ótica eu já tenho através da internet, mas o serviço ainda não está disponível para Gunma. Pra quem mora no Japão, recomendo desde já aderir à transmissão digital. É um investimento que vale à pena!

1 Comments:

At segunda-feira, março 22, 2010 5:14:00 AM, Blogger Betarelli, Ivan D. said...

Excelente postagem, Michel:

Quando vc comprou sua primeira TV de 20" aí no Japão, foi mais ou menos quando meu pai comprou uma Sony de 29" tela plana na minha casa. Sair de uma TV de 20" (Sharp, com som monaural e tela côncava) para uma Sony Stereo de 29" foi uma felicidade. Mesmo depois de casado, ainda não tenho uma TV dessas de nova geração, como Plasma, LCD ou LED. Continuo com uma Tubo de 29" da Samsung...

Meu primeiro Video Cassete (4 cabeças, Gradiente) foi comprado no final de 1996, com um dos meus primeiros salários. A praticidade de poder gravar um programa pra se ver a hora que quizesse era estupenda. A primeira coisa que gravei foi Cavaleiros do Zodíaco, o capítulo "O Corajoso Hiyoga Descansa em Paz". Na mesma época, meu pai comprou a parabólica. A nitidez tanto da imagem quanto da gravação eram ótimas. Curiosamente, esse VCR eu tenho até hoje, e de vez em quando eu ressuscito ele, pra ver alguma gravação antiga. Eu não sabia que existia uma versão do video com maior qualidade, como a que vc disse.

Ah, a entrada "redondinha" de rosca ao qual vc se refere chama-se Coaxial.

Meu primeiro DVD Player foi no finzinho de 2001. Um Gradiente D-10, gigantesco, maior que um Video Cassete, e eu o tenho até hoje! Está ligado na TV do meu quarto, uma pequena Panasonic de 14". Quase não o uso. O primeiro filme que comprei foi Arquivo X. A imagem era medonha, de tão limpa.

Também não tenho nenhum gravador de DVD (seja ele em mídias ou HDD) e nem um Blu-Ray player.

No seu caso, pode-se dizer que, na cabeça de alguns, vc só perdeu tempo gravando tudo isso, pois amanhã ou depois os DVD-Set (ou Blu-Ray) serão lançados. já no Brasil tem um fator agravante do lado positivo, que é a Dublagem. Muita coisa oficial sai por aqui sem dublagem, já que as fitas se perderam ou coisa do tipo. Aí saem essas versões "fan-made", com audio inserido.

Resumindo, o video cassete é uma ferramente poderosa, e muita coisa eu acabei deixando de gravar ou desgravando e hoje não existe mais em lugar nenhum tal gravação. Uma pena. Lembro até de um texto que o Marcelo Del Greco postou na Herói falando sobre o poder do aparelho.

 

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