Tokyo Toy Festival 17 (Parte 1)

Finalmente consegui um tempinho para comentar sobre o evento Tokyo Toy Festival 17, realizado no dia 28 de outubro, no Tokyo Bigsight, em Tokyo (Ariake). Bom, já havia comentado anteriormente sobre a minha iintenção de ir ao evento, então vou pular essa parte, e ir direto no que as pessoas querem saber. Sim, conheci os atores Kenji Ohba, Hiroshi Watari e Shunji Igarashi! Mas vou com calma, depois eu chego nessa parte. Bem, este foi o 12º Toy Festival que eu participo, desede agosto de 2001. Desta vez, a minha única intenção era poder conseguir os autógrafos dos referidos artistas e tirar fotos deles também. O resto (compras), seria lucro! Para não ter o problema dos tickets das sessões de autógrafos se esgotarem, fiz questão de chegar o mais cedo possível ao Bigsight, por volta das 7h30 da manhã. Mais cedo do que isso é impossível, por causa da distância da onde eu moro. Ao chegar, já havia uma fila formada, só que pequena (cerca 100 pessoas). Nesse momento, senti que os autógrafos já estavam garantidos. Pra quem não se lembra, eu já havia perdido a sessão de autógrafos com o Kenji Ohba em Akihabara, uma semana antes.

Parte 1: Kenji Ohba e Hiroshi Watari
Às 11hs, começou o primeiro live talk com o Ohba e o Watari, apresentado pelo irreverente ator Kazuyoshi Sakai, o Gao Black, de Hyakujû Sentai Gaoranger. Ao chamar o primeiro convidado, o Ohba, Sakai simplesmente se ajoelhou diante do artista, arrancando palmas da platéia. O Kenji Ohba merece mesmo, por tudo o que ele fez em sua carreira. Logo em seguida, entrou o Hiroshi Watari e a conversa teve início. Inicialmente, eles falaram sobre o motivo de terem entrado no JAC. Ohba era um grande fã de Shinichi Chiba (fundador do JAC) e por isso resolveu participar da primeira seleção de novatos. Watari também era fã de Shinichi Chiba, por causa da série Key Hunter. E também já admirava seu “senpai” Ohba, que vestia o traje do Kikaider. Falaram também da primeira impressão que um teve sobre o outro. Ohba lembra do Watari como um “ikemen” (galã) que vivia com o Shinichi Chiba. Depois ele diz algo como, “neste ramo (dublê), ikemen é quem consegue levantar a perna bem alto ou tem o corpo maleável... e é claro, uma boa máscara (rosto) também. (Risos). Já o Watari enaltece mais uma vez sua admiração pelo Ohba: “Era o cara que se encarregava da ação nas séries que eu assistia quando criança... (Risos).
Também falaram de árduas experiências na carreira. O Watari lembrou daquela cena no episódio 19 de Sharivan, no qual ele fica pendurado num cabo, numa ponte de cordas. A cena era na ilha Okuiga, no qual ele lutava contra as garotas da estrela Iga. A altura da ponte ao chão era de 30 metros, e o Watari deveria se pendurar num cabo de sustentação da ponte (sendo que a distãncia entre a ponte e o cabo era mais ou menos de 1,5m). O problema é que não havia nenhuma corda de segurança. Se ele caíse, era “adeus” Hiroshi Watari. O diretor na época, Osamu Kaneda (atual presidente do JAE), virou pra ele e disse: “Hiroshi, venha!” Com apenas 19 anos, e em início de carreira, ele não podia negar-se em fazer a cena. Na tomada que ele desce da ponte, aí sim ele usou corda de segurança, mas a filmagem com ele pendurado levou 3 horas de duração, das 9hs ao meio-dia. Uma frase que resume bem o trabalho do JAC, dita pelo Watari, é de que eles não eram pessoas comuns!
No caso do Ohba, uma cena que ele lembrou foi em Goranger, quando ele era o Suit-actor do Akaranger. Ohba teria que dar um salto giratório da caçamba de um caminhão grande para a caçamba de um caminhão menor, e em seguida, dar mais um salto giratório chegando ao chão, de pés juntos. O problema é que a filmagem seria feita numa única tomada! No teste, Ohba diz que chegou a “voar” umas 10 vezes.De qualquer maneira, uma cena muito difícil.
Ohba também falou sobre a experiência de ter que interpretar ao mesmo tempo personagem e suit-actor no seriados. Era complicado essa transição entre os dois papéis. Além do suor, o cabelo ficava todo desarrumado ao tirar o capacete... Ohba diz que nos sentais, por serem um grupo, era permitido que os atores vestissem os trajes. Mesmo que alguém se ferisse, a história poderia ser direcionada para outro personagem. Ele faz um paralelo com o Kamen Rider, no qual o ator principal (Hiroshi Fujioka?) se feriu e teve que se afastar temporariamente. Ele diz que houve essa separação entre suit-actors e atores para evitar inconvenientes (acidentes) durante as filmagens.
Ohba e Watari também presentearam os fãs com suas respectivas poses de transformação. Ohba, sempre brincalhão, pergunta a platéia: “Tem alguém que saiba fazer? Como eu esqueci, façam no meu lugar! Na verdade, como eu faço várias vezes ao ano, estou lembrado. (Risos)” Ele realizou o “jôchaku” em câmera lenta, e na parte em que ele se ajoelha, Ohba quase perde o equilíbrio, arrancando risos da platéia. Acho que é o peso da idade! A pose foi idealizada pelo diretor de ação (Kaneda), mas a parte final, no qual Retsu ergue o braço, foi idealizado pelo próprio Ohba. No caso da pose de Sekisha, ela foi basicamente uma invenção do Watari, mas a parte final, no qual ele ergue os dois braços, foi idéia do diretor de ação. “Em Gavan, era um (braço), e em Sharivan, dois!”, diz aos risos, Hiroshi Watari. E Ohba responde: “Em Shaider são três!”
Perguntado sobre o que eles gostariam de fazer pelos 25 anos de Uchû Keiji, Watari disse que seria bom se recomeçasse logo os Uchû Keiji, mas fisicamente falando, ia ser dureza pra ele (...é a idade). Já o Ohba gostaria que fosse realizado um encontro com todos os envolvidos nas séries Uchû Keiji. Ele pede para que o Sakai entre em contato com o pessoal. Kazuyoshi Sakai responde: “Eu não tenho essa influência...”
Finalizando o live talk, Ohba revelou que vai aparecer num dos seriados deste ano, Gekiranger ou DEN-O, mas não revelou qual. Ele deixou a pista de que será o pai de algum personagem. [Nota: É provável que ele seja o pai do Jan (Geki Red), em Gekiranger]. Watari também lembrou de ter feito o papel de pai do Bouken Silver no ano passado. Sakai diz que também gostaria de retornar aos sentais daqui a alguns anos, no papel de pai. Já o Watari, participará de um filme para vídeo chamado Himitsu Sennyû Sôsakan Honey & Bunny, com lançamento para 7 de dezembro.

Terminado o live talk, às 11h30, teve início a tão esperada sessão de autógrafos. E posso lhes dizer que me senti completamente realizado. Ohba e Watari eram dois grandes atores que há muito tempo eu queria conhecer, mas nunca houve uma oportunidade de participar de uma sessão de autógrafos. O processo da sessão de autógrafos no Japão é bem “mecânico”, você paga por ele e tem direito a alguns segundos pra dar pelo menos um “olá”. Mas isso já basta pra mim! O autógrafo em si, tem valor simbólico. Estar diante do ator e poder trocar algumas palavras não tem preço. As vezes eu nem sei o que dizer a eles (os artistas). Começa a passar um “filme” na cabeça, e começo a me recordar dos personagens que marcaram a minha infância... Por um momento, senti que não era o Watari e o Ohba na minha frente, e sim o Sharivan e o Gavan, entendem? Ah, não posso me esquecer da atenção deles para mim, um mero fã estrangeiro. Os dois são muito humildes e só tenho a agradecer essa oportunidade.
Primeiro, eu recebi o autógrafo do Watari. Já tinha visto ele em pessoa em duas outras ocasiões, no C3 2002 e no C3xHOBBY 2004. Como sempre faço, disse que era brasileiro, o que não o deixou espantado. Afinal, ele já está acostumado, né? Disse que era amigo do Ricardo Cruz e que tinha participado da revista Gyodai, só pra ele se lembrar...HeHeHe! Já com o Kenji Ohba, eu nem sabia o que falar. Apesar de seus 52 anos, o cara mantém a mesma jovialidade de antigamente. Disse que ele era muito popular entre os fãs brasileiros e falei pra ele vir ao Brasil algum dia.

Encerro aqui esta primeira parte sobre o Tokyo Toy Festival 17. Aguradem a segunda e a terceira parte! Para quem tiver interesse em ver todas fotos (52), baixem neste link do Megaupload:

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